sexta-feira, 10 de abril de 2009

The Wast Land, T. S. Eliot

I. THE BURIAL OF THE DEAD

Abril é o mais cruel dos meses, germinaLilases da terra morta, misturaMemória e desejo, avivaAgônicas raízes com a chuva da primavera.O inverno nos agasalhava, envolvendoA terra em neve deslembrada, nutrindoCom secos tubérculos o que ainda restava de vida.O verão; nos surpreendeu, caindo do StarnbergerseeCom um aguaceiro. Paramos junto aos pórticosE ao sol caminhamos pelas aléias de Hofgarten,Tomamos café, e por uma hora conversamos.Big gar keine Russin, stamm' aus Litauen, echt deutsch.Quando éramos crianças, na casa do arquiduque,Meu primo, ele convidou-me a passear de trenó.E eu tive medo. Disse-me ele, Maria,Maria, agarra-te firme. E encosta abaixo deslizamos.Nas montanhas, lá, onde livre te sentes.Leio muito à noite, e viajo para o sul durante o inverno.
Que raízes são essas que se arraigam, que ramos se esgalhamNessa imundície pedregosa? Filho do homem,Não podes dizer, ou sequer estimas, porque apenas conhecesUm feixe de imagens fraturadas, batidas pelo sol,E as árvores mortas já não mais te abrigam, nem te consola o canto dos grilos,E nenhum rumor de água a latejar na pedra seca. ApenasUma sombra medra sob esta rocha escarlate.(Chega-te à sombra desta rocha escarlate),E vou mostrar-te algo distintoDe tua sombra a caminhar atrás de ti quando amanheceOu de tua sombra vespertina ao teu encontro se elevando;Vou revelar-te o que é o medo num punhado de pó.
Frisch weht er WindDer Heimat zuMein Irisch Kind,Wo weilest du?
''Um ano faz agora que os primeiros jacintos me deste; Chamavam-me a menina dos jacintos."- Mas ao voltarmos, tarde, do Jardim dos Jacintos,Teus braços cheios de jacintos e teus cabelos úmidos, não pudeFalar, e meus olhos se enevoaram, eu não sabiaSe vivo ou morto estava, e tudo ignoravaPerplexo ante o coração da luz, o silêncio.Oed' und leer das Meer.
Madame Sosostris, célebre vidente,Contraiu incurável resfriado; ainda assim,É conhecida como a mulher mais sábia da Europa,Com seu trêfego baralho. Esta aqui, disse ela,É tua carta, a do Marinheiro Fenício Afogado.(Estas são as pérolas que foram seus olhos. Olha!)Eis aqui Beladona, a Madona dos Rochedos,A Senhora das Situações.Aqui está o homem dos três bastões, e aqui a Roda da Fortuna,E aqui se vê o mercador zarolho, e esta carta,Que em branco vês, é algo que ele às costas leva,Mas que a mim proibiram-me de ver. Não achoO Enforcado. Receia morte por água.Vejo multidões que em círculos perambulam.Obrigada. Se encontrares, querido, a Senhora Equitone,Diz-lhe que eu mesma lhe entrego o horóscopo:Todo o cuidado é pouco nestes dias.
Cidade irreal,Sob a fulva neblina de uma aurora de inverno,Fluía a multidão pela Ponte de Londres, eram tantos,Jamais pensei que a morte a tantos destruíra.Breves e entrecortados, os suspiros exalavam,E cada homem fincava o olhar adiante de seus pés.Galgava a colina e percorria a King William Street,Até onde Saint Mary Woolnoth marcava as horasCom um dobre surdo ao fim da nona badalada.Vi alguém que conhecia, e o fiz parar, aos gritos: "Stetson,Tu que estiveste comigo nas galeras de Mylae!O cadáver que plantaste ano passado em teu jardimJá começou a brotar? Dará flores este ano?Ou foi a imprevista geada que o perturbou em seu leito?Conserva o Cão à distância, esse amigo do homem,Ou ele virá com suas unhas outra vez desenterrá-lo!Tu! Hypocrite lecteur! - mon semblable -, mon frère

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